A frase do título deste artigo é atribuída ao cartunista Ziraldo, mas é um mantra para o
William Schepis, o biólogo marinho e presidente do Instituto EcoFaxina, uma associação civil
sem fins lucrativos que trabalha desde 2008 pela recuperação do estuário de Santos e São
Vicente e tem como objetivo geral reduzir o aporte de plástico no oceano protegendo o
manguezal estuarino.
William participou do documentário A Água Que Falta (2019), que compõe o acervo do portal
“É conosco” e falou sobre a importância da educação ambiental e a questão do descarte
irregular de lixo que acaba indo para as redes pluviais e daí para os rios e acabam indo para o
mar.
Veja uma das falas do biólogo Wilham Schepis
O Ecofaxina trabalha com pesquisa, monitoramento e educação ambiental e as ações
voluntárias fornecem ao instituto dados e informações que possibilitam uma avaliação precisa
do quadro de poluição por resíduos sólidos e a elaboração de estratégias para o combate à poluição marinha no estuário e hoje está extremamente focado em viabilizar um projeto
tripartite que tramita para formalizar um Acordo de Cooperação pela recuperação do estuário.
Educação ambiental e mão na massa para salvar os oceanos
Faz parte das suas atividades, conter e coletar resíduos sólidos flutuantes; recuperar áreas
degradadas de mangue; gerar postos de trabalho e renda para moradores de palafitas através
da reciclagem; reduzir o descarte irregular de resíduos sólidos no sistema estuarino; congelar e
reduzir as ocupações por moradias irregulares no manguezal.
Tem promovido visitas técnicas para monitoramento e avaliação de áreas de preservação
permanente em situação de vulnerabilidade ambiental e vem realizando pesquisas através de
parcerias para identificar as principais causas da poluição marinha por resíduos sólidos, entre
outras.
O problema
O projeto
O projeto prevê a construção de uma Base Operacional de Santos na margem do Rio São Jorge com área construída para triagem de resíduos e Agentes Ambientais farão a instalação e operação das eco barreiras (coleta, transporte e reciclagem), sob supervisão de diretores do Instituto EcoFaxina em cooperação técnico-científica com o Instituto Oceanográfico da USP e o Núcleo de Pesquisas Hidrodinâmicas da Universidade Santa Cecília.
Voluntários fazem eco faxina nos mangues da baixada santista – Foto William Schepis
O equipamento tem como objetivo conter a dispersão de resíduos sólidos flutuantes pelo manguezal e canais estuarinos, reduzindo drasticamente a entrada de plástico no oceano e contribuindo para a balneabilidade das praias da região, gerando renda, e o mais importante, despertando na comunidade o sentimento de apropriação do equipamento.
Plantio de Mangue
O plantio tem como objetivo principal recuperar áreas degradadas de mangue após a retirada de submoradias e de resíduos sólidos. A iniciativa prevê o reflorestamento imediato de 6,7 hectares de mangue na Ilha de São Vicente, o que equivale a 653,55 kg de carbono sequestrados da atmosfera, por ano, não contabilizando as áreas ocupadas por moradias irregulares, que somam 198 hectares passíveis de recuperação ambiental após desocupação.
Mais que coletar e triar resíduos, os Agentes Ambientais que trabalharão no galpão serão educadores e multiplicadores da consciência ambiental dentro de suas comunidades, onde deverão incentivar outros moradores a separarem os resíduos e descartá-los corretamente, promovendo mudanças de hábitos nas famílias.
Conheça essas e outras atividades do Instituto
EcoFaxina clicando na imagem abaixo:
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