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Apesar da crescente conscientização sobre questões ambientais, impressiona o número de pessoas que continua a ignorar a importância da coleta seletiva.
Considerando que cada pessoa gera, em média, 343 quilos de lixo por ano, a falta de compreensão sobre os impactos negativos do descarte inadequado de resíduos muitas vezes não nos deixa ver que o lixo que jogamos fora de forma indiscriminada pode levar décadas, até mesmo séculos, para se decompor, resultando na poluição do solo, da água e do ar que respiramos.
Sabemos reclamar dos rios entupidos de lixo, do ar poluído e das praias contaminadas e impróprias para banho, mas falhamos em reconhecer que é a ação humana que está por trás desses problemas ambientais.
Você sabe para onde vai o lixo que você produz?
Diariamente, milhões de toneladas de resíduos são geradas em todo o Brasil, provenientes de residências, empresas, estabelecimentos comerciais e industriais, com consequências desastrosas para o meio ambiente e para a qualidade de vida das pessoas.
No Brasil, são descartadas 82 milhões de toneladas de resíduos e só pouco mais de 2% são reciclados, segundo o Plano Nacional de Resíduos Sólidos, estudo que levou 12 anos para ser finalizado e apresenta metas para que o país tenha uma melhor gestão dos resíduos.
A reciclagem é a prioridade
Até 2024, o plano prevê que reciclemos quase 14% de todo o lixo gerado no país e tem como meta principal para 2040, que quase metade de todos os resíduos estejam sendo reciclados ou submetidos a algum tipo de tratamento para transformá-los em recursos energéticos ou outros.
A principal alternativa para o descarte de lixo é a coleta seletiva e a compostagem. Com a coleta seletiva, todo o material reciclável volta a ser matéria-prima para a produção de novos produtos.
Esse processo reduz a quantidade de lixo produzido, amplia a renda de famílias que vivem da reciclagem, preserva a natureza já que menos matérias-primas novas são retiradas.
O material orgânico presente no lixo dá origem a ótimos adubos orgânicos através do processo de compostagem, que diminui o custo da agricultura e faz com que o carbono retorne à cadeia produtiva.
Já a reciclagem de lixo eletrônico é a reutilização e o reprocessamento de equipamentos elétricos e eletrônicos de qualquer tipo que tenham sido descartados ou considerados obsoletos.
Hábitos arraigados, conscientização e educação
Muitas vezes, as pessoas estão acostumadas a descartar todos os seus resíduos juntos e pode ser difícil mudar esses hábitos arraigados, especialmente se não houver uma motivação clara ou facilidade para fazê-lo.
Nem todos estão plenamente conscientes da importância da coleta seletiva para o meio ambiente e para a gestão adequada dos resíduos. Muitas pessoas ainda não compreendem os impactos negativos da disposição inadequada de resíduos não recicláveis.
Em muitos lugares, a educação sobre a importância da coleta seletiva e como fazê-la corretamente ainda é insuficiente. As pessoas podem não saber quais materiais são recicláveis, como separá-los adequadamente ou mesmo onde descartá-los.
A redução, reutilização, reciclagem e tratamento adequado do lixo são passos essenciais para proteger o meio ambiente, preservar os recursos naturais e garantir um futuro mais saudável para as gerações futuras.
O descarte inadequado de lixo tem impacto significativo no aquecimento global, acelerando as mudanças climáticas e seus efeitos associados:
Produção de gases de efeito estufa: Quando o lixo é depositado em aterros sanitários, ele se decompõe, emitindo gases como metano (CH4) e dióxido de carbono (CO2). O metano é especialmente preocupante, pois é um gás de efeito estufa muito mais potente do que o dióxido de carbono.
Produção de metano: O metano é um subproduto comum da decomposição orgânica em aterros sanitários. Como mencionado, é um gás de efeito estufa muito mais potente do que o dióxido de carbono, contribuindo significativamente para o aquecimento global.
Liberação de poluentes: Além dos gases de efeito estufa, o lixo em decomposição também pode liberar outros poluentes atmosféricos, como óxidos de nitrogênio e compostos orgânicos voláteis. Esses poluentes podem reagir na atmosfera e contribuir para a formação de ozônio troposférico, um componente importante do smog, que contribui para o aquecimento global.
Desmatamento e degradação ambiental: A necessidade de espaço para aterros sanitários pode levar ao desmatamento e à degradação de ecossistemas naturais, reduzindo a capacidade da Terra de absorver dióxido de carbono da atmosfera.
É muito importante que cada um de nós faça a sua parte, adotando hábitos de consumo consciente e garantindo o descarte correto de qualquer resíduo.
Conheça o The Climate Reality Project Brasil, a filial brasileira do The Climate Reality Project, organização global criada pelo ex-vice-presidente e Nobel da Paz, Al Gore em 2006, com uma rede de mais de 20 mil voluntários pelo mundo, sendo quase 4 mil localizados no Brasil.