Ser uma mulher na política não é fácil, muito menos sendo jovem, periférica, vinda de escola
pública. Aos 25 anos de idade, Keila Pereira está disputando sua terceira eleição buscando
representar na Assembleia Legislativa de São Paulo o lugar de onde vem: o distrito de
Parelheiros, no Extremo Sul da capital paulista.
“Começar por estudo e trabalho onde a gente mora é
garantir melhoria na qualidade de vida das pessoas”
Keila se concentra nos temas de educação, cultura, trabalho e mulheres, principalmente,
tendo como prioridade descentralizar o serviço público trazendo escolas técnicas e delegacias
de defesa da mulher nas periferias.
Ligada nas questões da sustentabilidade
A jovem política fala da vulnerabilidade social e territorial em Parelheiros onde a situação de
urbanização incompleta gera maior exposição a riscos relacionados as mudanças climáticas.
Ela nos explica que Parelheiros é o segundo maior distrito em extensão territorial da capital
paulista, ocupado por remanescentes significativos da Mata Atlântica e que sua mãe, Dona
Marlene, seu grande exemplo na vida, participou do movimento civil que ajudou a instituir as 2
áreas de proteção ambiental (APAS) na região.
Porém, a localidade tem muitos problemas com ocupação indevida ou desordenada,
construções irregulares, e a falta de um programa de moradia popular, gerando assoreamento, falta de saneamento, contaminação do solo e das águas, impermeabilização excessiva do solo
e desmatamento em área de proteção aos mananciais.
Todos estes pontos são agravados pela falta de fiscalização, incapacidade de o poder público fazer uma coleta de lixo eficiente gerando o descarte indevido que contribui para enchentes e potencializa os problemas da falta de saneamento.
Mas Keila é sagitariana com ascendente em capricórnio e não desanima. Sua identidade com o
local onde cresceu vendo a beleza do lugar com suas cachoeiras, eventos tradicionais, a
valorização dos frutos nativos (Uvaia e Cambuci, Grumixama, Jaboticaba, Juçara, entre outros)
para preservação da mata, forte relação com a agricultura familiar e valorização das áreas de
proteção ambiental (APAs) Bororé Colônia, inseridas no território indígena Tenondé Porã. É
desumano o abandono de políticas públicas num lugar tão bonito.
Keila nos conta que a rede hídrica da região abrange três bacias hidrográficas: Capivari,
Guarapiranga e Billings e suas duas represas fornecem água para cerca de 25% da Região
Metropolitana.
Se a cidade não olhar para Parelheiros, a qualidade da
água que se bebe será extremamente prejudicada.
As ausências também motivam a luta da Keila. Sua plataforma atua para a criação de escolas
técnicas (ETEC’s) nas áreas com potencial econômico sustentável para gerar emprego e renda
para os jovens nas áreas de agricultura e ecoturismo. Ciente de que as mulheres e as crianças
fazem parte dos grupos mais vulneráveis, luta para a implantação de uma Delegacia da mulher
na região.
A cultura também está no radar da jovem ativista política que participou de movimento
estudantil e em 2015, retomou o Sarau da Praça para criar opções de lazer e cultura e se
transformou no conhecido Sarauê, com poesia, música, dança, teatro e artes visuais.
As características de Parelheiros estão em diversas localidades e Keila acredita que se fizermos
algo potente na região poderemos replicar o exemplo em diversas localidades semelhantes.
Apesar de serem 52,5% do eleitorado brasileiro, as mulheres ocupam apenas 15% das vagas no
Congresso Nacional e 20% na Alesp. Por isso, Keila segue tentando se eleger, pois acredita que
sua candidatura é uma necessidade.
Saiba mais sobre a Keila Pereira na sua página @keilapereirasp
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