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Cúpula de líderes sobre o clima em 10 ponto



O presidente americano Joe Biden convocou e realizou a Cúpula de Líderes Sobre o Clima, uma promessa de sua campanha, com dois objetivos principais:

  • O primeiro, estimular e encorajar os países participantes, que são as principais economias do mundo para “reduzirem as emissões durante esta década e mitigar as questões climáticas em várias frentes.

  • O segundo, levar de volta os Estados Unidos para a liderança climática global, espaço perdido durante o governo Trump que preferiu apoiar as indústrias de petróleo e carvão em seu mandato.

A cúpula aconteceu virtualmente nos dias 22 a 23 de abril, com início no Dia da Terra reunindo líderes de 40 países.


O enviado especial do Clima do governo dos Estados Unidos, John Kerry, passou os últimos meses realizando diversas reuniões remotas e fez uma turnê mundial, para persuadir os países a usarem a Cúpula para aumentar seus compromissos de proteger o planeta.


O Departamento de Estado Norte Americano disponibilizou o vídeo completo aqui com discursos de abertura e 3 sessões:

Sessão 1: Elevando Nossa Ambição Climática | Sessão 2: Investindo em Soluções Climáticas

Sessão 3: Ação climática em todos os níveis.


1 – Primeiro dia: onde estamos e para onde vamos


Na sessão inaugural da Cúpula o anfitrião ressaltou a necessidade urgente de as principais economias do mundo fortalecerem sua ambição climática até a COP 26 que acontecerá em Glasgow, de 1 a 12 de novembro deste ano, para retomar os objetivos do acordo de Paris (2015) e limitar emissões de carbono cumprindo a meta de não superar 1,5ºC a 2ºC de aquecimento da atmosfera em relação ao período pré-industrial.


Os líderes destacaram os desafios relacionados ao clima que seus países enfrentam e os esforços que estão empreendendo, e anunciaram novos passos para fortalecer a ambição climática.

Promessa: os Estados Unidos prometeram redução de 50% das emissões de CO2 até 2030, zero emissões em 2050.


2 – Alerta vermelho, precisamos agir


O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse: “Nós precisamos de um planeta verde, mas estamos em alerta vermelho, à beira do abismo. Precisamos agir”.


Listou algumas medidas socioeconômicas que precisam ser adotas para que se atinja as mudanças necessárias e se promova a integração das comunidades na transição para o modelo de produção com energia limpa, destacando entre elas, diminuir as emissões de gás para os níveis de 2005.


Posicionamento: as Nações Unidas defendem que bancos privados atuem ao lado dos governos como investidores em projetos de inovação para geração de energia limpa e renovável.

3 - “Coalizão Leaf” – Unidos contra o desmatamento


Já no primeiro dia da Cúpula, EUA, Reino Unido, Noruega e empresas privadas formaram uma coalizão internacional para reduzir as emissões de gases-estufa derivadas de desmatamento.

Denominada Coalizão Leaf, a iniciativa atua através de mecanismos de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal (REDD+), manejo sustentável de florestas, conservação e aumento de estoques de carbono florestal.


Os aportes para projetos de combate ao desmatamento e conservação florestal tem como premissa para acesso a apresentação de resultados e o financiamento será direcionado de acordo com a redução efetiva das emissões por desmatamento.


O critério de avaliação dos possíveis beneficiados pelo programa será a média das emissões em intervalos de cinco anos, e serão levados em conta os aspectos sociais.


A iniciativa privada participa com apoio das empresas, Airbnb, Amazon, Bayer, Boston Consulting Group, GSK, McKinsey, Nestlé, Salesforce e Unilever.


Promessa: a “Coalizão Leaf” pretende mobilizar ao menos US$ 1 bilhão em recursos públicos e privados.

4 – Combater a mudança climática tem a ver com "crescimento e empregos"


O Primeiro-ministro do Reino Unido e líder do Partido Conservador Boris Johnson, enfatizou em sua fala os benefícios econômicos da luta contra a mudança climática: - "É vital para todos nós mostrar que não se trata apenas de um “abraço de coelho” caro, politicamente correto e verde. O que quero dizer é que se trata de crescimento e geração de empregos."


Boris afirmou que as emissões de carbono do Reino Unido são as mais baixas desde o século 19 e acredita que se vamos enfrentar a mudança climática, teremos que lidar com o desastre de perda de habitat e perda de espécies em nosso planeta e conclamou aos demais líderes que façam desta década o momento de mudança decisiva na luta contra as mudanças climáticas.


Promessa: O Reino Unido tem planos para cortar as emissões de carbono em 78% em comparação com os níveis de 1990 até 2035.

5 – Custos ambientais no comércio de bens e serviços


Uma falha na transmissão interrompeu o discurso do presidente francês Emmanuel Macron criando embaraço com o líder russo Vladimir Putin.


Ao retomar sua fala, Macron afirmou que para que se atue em favor do clima, será necessário que se inclua o meio ambiente nos custos de investimento e comércio e haja uma regulamentação internacional que estabeleça um preço para o carbono.


Ele acredita que se, não houver regras claras e precificação, não haverá transição para uma economia verde.


Pediu celeridade nas ações afirmando: “Há um único objetivo para as próximas semanas e meses: avançar mais rapidamente. Precisamos agir mais rapidamente para implementar os compromissos para 2030. Um plano de ação que seja claro, mensurável e verificável. Basicamente, 2030 é o novo 2050.”


Promessa: incluir os custos ambientais no comércio de bens e serviços.

6 - Regulamentar investimentos estrangeiros para projetos de energia limpa


O presidente da Rússia Vladimir Putin anunciou que seu país deverá propor termos e condições que estimulem investimento estrangeiro em projetos de energia limpa.


Promessa: a Rússia pretende aumentar a quantidade de energia de fontes de baixo carbono, incluindo a energia nuclear.

7 – Restringir comércio com países que não cumprirem suas metas climáticas


“A China está ansiosa para trabalhar com os Estados Unidos para melhorar a governança global”, disse o presidente Xi Jinping que afirmou buscar empenho para mitigar as emissões de carbono e que até 2060 a China vai passar do “pico do carbono para carbono zero”.


Pequim enfrenta resistência interna à política sustentável pois apesar de estar se tornando líder em diversos setores de energia limpa, continua exportando suas tecnologias de carvão, material do qual é altamente dependente, sendo a principal emissora de gases de efeito estufa do mundo (embora duas vezes menos per capita do que os EUA), e o carvão representa 59% do mix energético nacional.


Promessa: restringir comércio com países que não cumprirem suas metas climáticas.

8 – Outras palavras, mesmas intenções


A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, afirmou ter dobrado os gastos climáticos de 2020 para 4 bilhões de euros anualmente.


O primeiro-ministro do Japão, Yoshihide Suga, anunciou sua meta de corte de emissões para 46% até 2030.


O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, pretende reduzir as emissões de gases de efeito estufa entre 40% e 45% em relação aos níveis de 2005 até 2030 – superando a meta atual de 30%.


O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, informou que está lançando a Parceria Índia-EUA para o Clima e Energia Verde e que é preciso que haja uma mudança de estilo de vida nas ações de combate às mudanças climáticas.


O presidente da Argentina, Alberto Fernandez, disse que seu país tem honrado o Acordo de Paris aumentando a ambição climática e que estão comprometidos em desenvolver 30% da matriz energética nacional com energias renováveis.


A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que o Parlamento Europeu e os governos membros, definiram novas metas para atingir a neutralidade em carbono até 2050 e também em reduzir as emissões em pelo menos 25% até 2030”.

Promessa: transição para uma economia verde.

9 – Bolsonaro, promete neutralidade climática até 2050


O Brasil passou de protagonista a coadjuvante no debate ambiental e o presidente Bolsonaro repetiu o compromisso feito na semana passada de acabar com o desmatamento ilegal até 2030, acrescentando que reduziria as emissões de gases de efeito estufa do país em cerca de 50% até essa data.


Em suas análises, a grande imprensa internacional reagiu com ceticismo às promessas do presidente brasileiro e chamou atenção para a disparidade entre o discurso e a prática.

A revista Piauí publicou matéria demonstrando que a fala continha dados reciclados, exagerados e falsos.


Na véspera da Cúpula o ministro Ricardo Salles do Meio Ambiente, pediu publicamente US $ 1 bilhão em ajuda externa antecipada para reduzir o desmatamento em 30% | 40% em um período de 12 meses.

Um dia antes da cúpula do clima a hashtag #ForaSalles foi um dos assuntos mais comentados no Twitter, contou com engajamento de diversos artistas e ativistas pelo clima com críticas da líder indígena Sonia Guajajara, pela foto postada pelo ministro em frente a toras de madeira, apreendidas na semana em que foi acusado por suposta obstrução de investigação ambiental e advocacia administrativa em favor de madeireiros.


A #ForaSalles teve como ponto alto um “bate boca virtual” do ministro com a cantora Anitta.


#ForaSalles - Portal É conosco
Quebrando o clima: Brasil corta gastos com meio ambiente um dia após a promessa da cúpula.

Em seu discurso na Cúpula, Bolsonaro prometeu dobrar o orçamento para fiscalização ambiental e acabar com o desmatamento ilegal até 2030.

No dia seguinte, aprovou um corte de 24% (em relação ao ano passado) no orçamento ambiental para 2021.


Nas provisões de orçamento ambiental, o veto foi de 240 milhões de reais, incluindo despesas para fiscalização ambiental.


A ativista Greta Thunberg, que já foi chamada de “pirralha” por Bolsonaro, ironizou em seu Twitter a ação:

"Ops...é quase como se os nossos 'líderes climáticos' não estivessem levando isso a sério".

10 – No segundo dia, Bill Gates, fundador da Microsoft e filantropo, indicou 3 passos para evitar o desastre climático


O bilionário e filantropo fundador da Microsoft, acredita que se não houver cooperação internacional com engajamento de empresas e governos não poderemos evitar os efeitos mais graves do aquecimento global e recomenda 3 passos:

  • O primeiro passo para uma economia verde, seria a inovação. Desenvolver e implantar tecnologias inovadoras, o que nos permitirá eliminar as emissões da economia física.

  • O segundo, seria forçar os grandes mercados a financiarem e implementarem essas inovações, através de formas criativas que equilibrem o campo de atuação para que novas tecnologias possam competir com combustíveis fósseis.

  • O terceiro passo seria premiar e incentivar aqueles que conseguirem tomar as decisões difíceis para conseguir atingir a meta.

Resumindo, investir em tecnologia, implementar a tecnologia e fazer com que os governos e as empresas reconheçam os esforços feitos por instituições para evitar os efeitos das mudanças climáticas, tudo ao mesmo tempo e agora.


Bill Gates defende a economia verde que de acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente é o conjunto de ações que visam à promoção de uma economia com crescimento pleno, que se baseie no bem-estar social e que esteja centrada em reduzir os riscos ambientais e conservar o meio natural.


Assista entrevista de Bill Gates à Euronews

 
ODS13 Ação Contra a Mudança Global do Clima - Portal É conosco




 

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