A sustentabilidade do planeta e nossa qualidade de vida estão diretamente ligadas às nossas escolhas alimentares e processos de produção. Ao optar por alimentos mais saudáveis e por práticas de produção que respeitem o meio ambiente, promovemos não apenas a preservação dos recursos naturais, mas também o nosso bem-estar.
Os curadores do portal É conosco tiveram a oportunidade de gravar O depoimento da professora Maria Laura Louzada, da FSP/USP e pesquisadora do Nupens/USP, para o documentário “Campo & Sustentabilidade 2” (2022), onde entre outros pontos, nos falou sobre como os “modos de comer” e os efeitos de uma alimentação no nosso corpo, não são apenas a soma dos nutrientes ingeridos. A combinação de alimentos, a forma como são preparados e servidos” impactam diretamente em nossa vida.
Agora, Maria Laura acaba de lançar o livro "Epidemiologia Nutricional Aplicada à Obesidade", pela editora EDUSP, que entre outros pontos, destaca o papel dos alimentos ultraprocessados na epidemia de obesidade a partir de estudos científicos recentes.
A transformação na forma como os alimentos são processados está mudando o modo como as pessoas comem
Em 2015, ela já havia defendido uma tese sobre o impacto dos alimentos ultraprocessados, focando em nutrição e saúde. Nesse trabalho, analisou as mudanças no sistema alimentar global, destacando a substituição dos hábitos alimentares tradicionais pelo consumo de produtos ultraprocessados. Essa transformação no processamento dos alimentos tem, de fato, alterado a maneira como as pessoas se alimentam.
Por ocasião do lançamento de seu novo livro pela Edusp, Maria Laura contou em entrevista para a entidade que o alimento ultraprocessado muda a forma como o nosso cérebro processa a fome e a saciedade. Passamos centenas de anos aprendendo a regular a fome e a saciedade com alimentos in natura e, de uma hora para outra, fomos expostos a substâncias que não existiam nos nossos hábitos alimentares.
Crítica à grande indústria alimentícia global destaca seu enorme poder econômico, que se traduz em influência política. Através de lobby, essas corporações pressionam governos e bloqueiam a adoção de medidas que protejam a saúde pública. Além disso, elas compram pequenas empresas nacionais que produzem alimentos de qualidade, comprometendo a diversidade e sustentabilidade do setor.
A professora e pesquisadora, acredita firmemente que, para reverter esse cenário, será necessário regular ambientes como escolas, hospitais e locais de trabalho, garantindo que sejam livres de ultraprocessados. Além disso, campanhas educativas e rotulagem com alertas claros para identificar esses produtos são essenciais. Ela defende que essas ações devem ser parte de uma estratégia sistêmica, pois adotar medidas isoladas não seria eficaz. Apenas informar às pessoas sobre os malefícios dos ultraprocessados, sem mudar um sistema alimentar que favorece seu consumo a preços mais baixos, não resolverá o problema.
Quando veio para São Paulo em 2012, Maria Laura Louzada foi orientada pelo professor Carlos Augusto Monteiro, que foi coordenador do Nupens por muitos anos. Ele também nos deu seu depoimento sobre impacto dos ultraprocessados na biodiversidade do planeta.
Conheça o The Climate Reality Project Brasil, a filial brasileira do The Climate Reality Project, organização global criada pelo ex-vice-presidente e Nobel da Paz, Al Gore em 2006, com uma rede de mais de 20 mil voluntários pelo mundo, sendo quase 4 mil localizados no Brasil.
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